Quando o cabelo pesa: o problema do acúmulo de resíduos de cosméticos

Muita gente acredita que quanto mais produto usar, mais bonito o cabelo vai ficar. Mas a verdade é que o excesso de cosméticos, como pré-shampoo, máscaras, óleos e até mesmo o shampoo errado pode acabar trazendo o efeito contrário. O fio fica pesado, o couro cabeludo reage, e começam a aparecer problemas como oleosidade, coceira e até caspa.

O que é o acúmulo de resíduos?

Sempre que aplicamos um produto no cabelo, ele deixa pequenos resíduos. São restinhos de silicones, óleos, proteínas, manteigas, agentes de hidratação e até sujeira do ambiente, como poluição e suor. Quando o cabelo não é lavado da forma correta, esses resíduos vão se somando e formando uma espécie de “camada” que fica grudada no fio e no couro cabeludo (Ananthapadmanabhan et al., 2012).

Com o tempo, o cabelo pode ficar:

  • sem movimento
  • opaco
  • com toque pesado e oleoso
  • difícil de modelar
  • com tendência maior à quebra

Já o couro cabeludo pode apresentar:

  • coceira
  • sensação de oleosidade constante
  • descamação (muitas vezes confundida com caspa)
  • pequenas inflamações (Trüeb, 2003)

Nem sempre é necessário usar pré-shampoo

O pré-shampoo pode ser um ótimo aliado, mas não é algo que todo mundo precise usar o tempo todo. Ele é indicado em casos como:

  • quando o cabelo vai passar por uma limpeza mais forte e precisa de proteção
  • para quem tem pontas extremamente ressecadas
  • antes de usar shampoos mais adstringentes ou detox
  • para cabelos com danos por química ou calor

Porém, quando usado em excesso, principalmente com óleos vegetais ou manteigas aplicados em grandes quantidades, o pré-shampoo pode dificultar a limpeza e contribuir para o acúmulo de resíduos.

Por isso, o ideal é sempre usar produtos formulados especificamente para essa finalidade. Existem pré-shampoos modernos, leves e próprios para proteger o fio sem causar excesso de resíduos.

O shampoo errado piora o quadro

Outro erro muito comum é o uso de shampoos inadequados para o seu tipo de couro cabeludo e fio.

Por exemplo:

  • quem tem couro cabeludo oleoso pode usar shampoos suaves demais, que não conseguem remover bem a oleosidade e os resíduos acumulados;
  • quem tem couro cabeludo seco usa shampoos agressivos, que retiram a proteção natural e fazem o couro cabeludo produzir ainda mais óleo como defesa (Effendy et al., 2000).

Com o tempo, esse desequilíbrio pode gerar inflamações leves e crônicas no couro cabeludo, piorar a dermatite seborreica e até aumentar a queda de cabelo em alguns casos (Rossi et al., 2005).

Como resolver: a importância do detox capilar

O detox capilar é uma limpeza mais profunda, feita para remover esse acúmulo de resíduos que o shampoo comum nem sempre consegue tirar.

Quando bem feito, o detox pode:

  • desobstruir os poros do couro cabeludo
  • reduzir a oleosidade
  • diminuir a descamação
  • devolver o brilho e o movimento natural dos fios
  • favorecer o crescimento saudável do cabelo (Picardo et al., 2019)

Porém, o detox também deve ser feito com cuidado. Não é para ser realizado com qualquer produto ou com muita frequência. O ideal é usar fórmulas específicas, com ingredientes seguros e adequados para o seu tipo de cabelo e couro cabeludo.

Resumo final

Se o seu cabelo está pesado, grudado, com aspecto oleoso logo após a lavagem, e o couro cabeludo coça, descama ou fica irritado, pode ser sinal de acúmulo de resíduos.

Nesses casos:

  • use pré-shampoo apenas quando for realmente necessário
  • escolha produtos específicos para o seu tipo de fio e couro cabeludo
  • faça detox capilar com moderação e com produtos adequados

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Referências:

Ananthapadmanabhan KP, et al. Cleansing and conditioning the hair. J Cosmet Sci. 2012.
Trüeb RM. The scalp is a mirror of the hair. Int J Trichology. 2003.
Effendy I, et al. Efficacy and tolerance of scalp shampoos: a double-blind study. Int J Dermatol. 2000.
Rossi A, et al. Seborrheic dermatitis and dandruff: a comprehensive review. J Cosmet Dermatol. 2005.
Picardo M, et al. Sebaceous gland: a key player in scalp health and disease. Dermatoendocrinol. 2019.

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