Muita gente acredita que massagear ou aplicar tônicos sempre ajuda no crescimento capilar, mas isso nem sempre é verdade. Em alguns casos, o couro cabeludo precisa de repouso e não de estímulo.
Se você sofre com queda de cabelo ou foi diagnosticada com alopecia, provavelmente já ouviu falar sobre massagens, escova de cerdas, óleos estimulantes ou tônicos que “ativam a circulação”. Porém, o que quase ninguém comenta é que, em algumas situações, esse tipo de estímulo pode ser prejudicial.
Existem tipos de alopecia em que o couro cabeludo está inflamado, lesionado ou até com fibrose. Nessas condições, estimular o couro cabeludo pode piorar o quadro e acelerar a perda dos fios.
Quando o estímulo no couro cabeludo pode ser um risco?
O estímulo, por meio de massagens, escovação ou aplicação de óleos e tônicos, é benéfico apenas quando o couro cabeludo está saudável ou quando a queda é funcional, sem inflamação ativa.
Porém, em casos como:
- Alopecia cicatricial (como a frontal fibrosante ou líquen plano pilar)
- Fibrose no couro cabeludo
- Inflamações severas ou infecções
- Dermatites em crise
O estímulo pode aumentar a inflamação, agravar a dor ou ardência e, pior ainda, acelerar a destruição dos folículos capilares.
Como saber se você deve evitar o estímulo?
Se você apresenta algum destes sintomas, evite massagens, escovação e tônicos que estimulam a circulação:
- Dor ou ardência no couro cabeludo
- Sensibilidade ao toque
- Lesões, coceira intensa, crostas ou manchas avermelhadas
- Histórico de alopecia inflamatória ou cicatricial.
O que fazer nesses casos?
A prioridade deve ser acalmar o couro cabeludo, e não estimulá-lo. Algumas recomendações importantes:
- Use estratégias anti-inflamatórias, como compressas de chá de camomila, óleos calmantes (exemplo: lavanda ou camomila, sempre diluídos)
- Aposte em shampoos com ativos calmantes, como pantenol, extrato de camomila, babosa e alantoína.
- Evite calor, atrito e tração no cabelo, nada de chapinha, escovação agressiva ou prender o cabelo com força
- Invista na alimentação anti-inflamatória: chás de cúrcuma e gengibre (com moderação), alimentos integrais, ômega 3 e redução de açúcar e alimentos refinados
- Busque diagnóstico profissional sempre que possível, pois saber o tipo de alopecia faz toda a diferença no tratamento
Conclusão
Estimular o couro cabeludo não é sempre a melhor solução. Em muitos casos, pode ser justamente o contrário. Cada couro cabeludo tem sua própria história e necessidades. Por isso, o cuidado começa com informação e respeito ao seu caso específico.
Se você está passando por esse processo, saiba que não está sozinha. Existem caminhos mais gentis e seguros para cuidar de você e do seu cabelo.
Referências científicas
Mirmirani, P., et al. (2021). “Alopecia cicatricial: diagnóstico e tratamento.” Journal of the American Academy of Dermatology, 85(2), 319-334.
Olsen, E.A. (2001). “Female pattern hair loss.” Journal of the American Academy of Dermatology, 45(3), S70–S80.
Trüeb, R.M. (2006). “Oxidative stress in ageing of hair.” International Journal of Trichology, 1(1), 6–14.
Tosti, A., et al. (2013). “Inflammatory scalp conditions.” Dermatologic Clinics, 31(1), 105-116.
Rossi, A., et al. (2012). “The use of topical corticosteroids in inflammatory scalp diseases.” Clinical, Cosmetic and Investigational Dermatology, 5, 175-179.
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O primeiro passo é sempre o conhecimento, e o segundo é ter um plano adequado para o seu caso.
